segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O Interlúdio da Sonata de Debussy.

    O Tempo-Câmara tocou pela primeira vez o arranjo de M. A. Machado do Interlúdio da Sonata para Flauta, Viola e Harpa de Debussy no último dia 4 de Novembro no Teatro Coletivo na cidade de São Paulo. Trata de uma peça belíssima e se posiciona como segundo movimento da obra que tem no total três. A peça como um todo é uma das ironias composicionais de Debussy.

    Em alguns momentos ele cometeu 'deslises' propositais para justamente incomodar a tradição clássica. Nesse caso, chamar de Sonata uma peça para três instrumentos é que foi parte da piada. Classicamente Sonata é o título empregado para peça instrumental para um ou dois instrumentos. Quando a formação passa para 3 temos o Trio, em 4 o Quarteto, em 5 o Quinteto, etc. Com formações orquestrais temos a Sinfonia, a Sinfonia Concertante e o Concerto também.

    Outra brincadeira de Debussy é o famoso Quarteto Op.10 em Sol menor. Isso é realmente hilário!! Pra começar o quarteto nem está em Sol menor, seria melhor dizer que é Sol Frígio. Mas o que chama a atenção é o OPUS 10, este tipo de nomenclatura foi desenvolvida durante o Sec. XVIII e ainda era usada na época de Debussy pelos compositores mais ligados à tradição. Debussy resolve usar essa nomenclatura justo no seu único quarteto já que trata também de uma das formações mais clássicas. O cômico é que não há o Op. 9 ou o 11...

   Voltando ao interlúdio anexei abaixo a gravação do concerto referido.